quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Conflitos no Egito

Conflito no Egito preocupa petrolíferas dependentes de Suez
Transporte de petróleo e gás sofre cortes; Exército intensifica segurança no canal e nos dutos mais próximos The New York Times | 03/02/2011 14:09


Conforme a violência eclode no Egito, surge o temor de que um bloqueio do canal de Suez ou dos dutos nas proximidades, possa representar uma ameaça ao abastecimento mundial. Até agora, o petróleo e o gás que fluem através do Egito não foram interrompidos e o Exército intensificou a segurança em torno do canal e dos dutos.
Mas as crescentes tensões no porto de Suez levaram várias companhias de navegação a ordenar que os seus navios não troquem de equipes no Egito. Enquanto isso, as interrupções nos serviços governamentais portuários têm desacelerado a liberação de algumas cargas de petróleo bruto no porto de Ain Sukhna, no Mar Vermelho, na entrada sul do Canal de Suez.
"Nós vemos a possibilidade de ataques aos trabalhadores das empresas de navegação e tentativas de ataques aos navios atracados nos portos, caso as manifestações se tornem mais violentas em torno dos portos", disse Helima Croft, diretora e estrategista geopolítica do Barclays Capital. "Isso poderia ser muito problemático”.
O Egito não é um grande produtor de petróleo e companhias ocidentais de exploração de petróleo e gás interromperam as perfurações no país. O país, no entanto, é um elo crucial para o petróleo e o gás que seguem para Europa, Ásia e Estados Unidos.
Mais de 2 milhões de barris de petróleo e produtos petrolíferos atravessam o Canal de Suez diariamente, agilizando o trânsito dos fornecimentos de petróleo e gás que as petrolíferas teriam de transportar contornando o Chifre da África, o que aumentaria os prazos de entrega e as despesas.
Cerca de 14% do comércio global de gás natural liquefeito é enviado através do canal, bem como o fornecimento de suprimentos essenciais para a Espanha, e em menor medida, Coreia do Sul e Estados Unidos. O Egito também produz cerca de 3% do gás natural liquefeito do mundo em dois terminais de exportação, que segundo relatos estão operando normalmente.
Rota
Ao longo do último meio século, companhias desenvolveram uma grande frota de superpetroleiros que podem transportar petróleo no caso de uma interrupção das operações egípcias. O transporte ao redor da África aumentaria o tempo de entrega do petróleo e do gás aos mercados mundiais em cerca de 16 dias. Mas ele provavelmente não causaria uma terrível escassez, segundo especialistas.
A turbulência no Egito e preocupações de que o contágio político possa se espalhar para grandes produtores de petróleo em todo o Oriente Médio, no entanto, têm provocado uma alta de quase 10% no preço do petróleo em alguns pontos de referência ao longo da semana passada. O petróleo bruto passou dos US$ 100 o barril pela primeira vez desde 2008.

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