domingo, 17 de janeiro de 2010

Fatos e mitos sobre raios e tempestades

Raios nunca caem duas vezes no mesmo lugar.

Grande mentira. Pelo contrário, raios adoram cair várias vezes no mesmo local. Aquele horrível mastro de bandeira que existe em Brasília, no meio da Praça dos 3 Poderes, já foi atingido por raios inúmeras vezes. Infelizmente, resistiu. Como vimos antes, a "descarga de conexão" costuma se iniciar em algo pontudo que se destaca da planura ao redor, como um prédio, uma árvore ou um peladeiro de campo de várzea. Na Idade Média era costume tocar o sino das igrejas durante as tempestades, para afastar os maus espíritos. Muito monge sineiro morreu por causa desse costume. Se você for surpreendido por uma tempestade no meio do campo aberto, nunca procure abrigo sob uma árvore isolada. Melhor deitar no chão e curtir um banho de chuva e lama.

É perigoso falar no telefone durante uma tempestade.

A verdade é que muito pouca gente morre dentro de casa, atingida por raios. Mas, uns poucos azarados morreram porque estavam no telefone quando um raio atingiu suas casas e propagou-se pela fiação. Portanto, se a tempestade lá fora estiver mesmo feia, use o celular. É mais seguro.

Contando os segundos entre o relâmpago e o trovão dá para saber a distância do raio.

Dá, mais ou menos. A velocidade do som no ar é cerca de 330 metros por segundo. Portanto, conte os segundos desde o instante do relâmpago até ouvir o trovão, divida por 3 e terá a distância aproximada até o canal do raio, em quilômetros.

Depois da trovoada, sempre vem uma forte chuva.

É verdade, embora possam haver chuvas fortes sem trovoadas. Um modelo do físico atmosférico Bernard Vonnegut, irmão do famoso autor americano Kurt Vonnegut, sugere que grandes gotas de água se formam em torno do canal de descarga elétrica dentro da nuvem. Esse modelo é plausível mas ninguém ainda conseguiu comprová-lo experimentalmente, em razão das óbvias dificuldades de testá-lo.

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